Vamo ou Bora?

Introdução

Olá, eu sou o Jonatas, do canal Vamo ou Bora Jon, e estou aqui para contar histórias, inspirar pessoas e mostrar a vocês um pouquinho desse Brasil e desse mundão sob a minha ótica.

Para poder contextualizá-los, disponibilizo para vocês, meus caros leitores e leitoras, um breve resumo da minha história e falo um pouco dos principais fatores que me motivaram a querer viajar tanto.

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Infância e Motivações


Eu e meus irmãos viemos de família humilde, tínhamos uma vida muito simples e mal sabíamos o que era viajar. A única viagem que costumávamos fazer era ir ao sítio onde minha avó morava, no interior de Pernambuco, no município de Machados. Nossas férias escolares eram resumidas no Sítio de Vó Maria. Mesmo não variando o destino, ir ao Sítio de Vó Maria nas férias já me empolgava bastante. Eu adorava arrumar as malas, pegar ônibus de viagem, admirar as paisagens e sentir o vento na cara. Já havia despertado o viajante que havia em mim!

Abaixo, vocês podem observar essa casinha amarela (nunca vi essa casa de outra cor na vida). Lugar simples, mas que me trouxe tantos momentos bons. Era minha única válvula de escape da infância, quando o assunto era viagem. Contato com a natureza, com a vida do campo, tomar leite de vaca tirado na hora e um café da manhã reforçado, brincar com os animais, comer as frutas direto do pé e ter à disposição muito espaço para correr à vontade.

Inspiração


Sempre que algum colega da escola contava que foi viajar com os pais nas férias para outros estados, eu ficava idealizando como seria poder conhecer aquele lugar, assim como uma criança que lê um livro de aventura pela primeira vez, despertando o seu imaginário com um gatilho mental que traz um turbilhão de coisas à mente em questão de milésimos de segundos. Aquele desejo estava ali, latente, e, mesmo não podendo ser satisfeito de imediato, contribuiu muito para a forma como penso e ajo até hoje.

Outro ponto muito marcante da minha infância foi uma tia avó minha que morava na Alemanha. Tínhamos pouco contato, mas ela foi uma grande referência para mim. Nas poucas vezes em que a vi de visita ao Brasil, lembro-me bem de como ela sempre vinha com muitos presentes, cheia de aparatos tecnológicos dos mais modernos e contando as histórias dos países que já havia visitado. Mais uma vez, estava eu recebendo gatilhos que despertaram ainda mais meu desejo de viajar. Desta vez, não só para outros estados, mas muito além. Comecei a desejar conhecer outros países, culturas e idiomas.

Aos 9 anos de idade, tive meu primeiro contato com a língua inglesa na escola. Foi outro fator muito motivador na minha vida. A partir daí, outra parte do meu cérebro havia sido ativada: a que adora idiomas! Em paralelo a isso, no ano seguinte, a Rede Globo estreou a novela América, na qual o sonho da protagonista, interpretada pela atriz Deborah Secco, era morar nos Estados Unidos. Para isso, ela moveu mundos e fundos e entrou como imigrante ilegal pela fronteira com o México. Essa determinação em buscar uma vida melhor longe de sua terra natal, de certa forma, me mostrou que havia outras possibilidades na vida, mas isso também ficou latente.

Bloqueios Mentais


À medida em que fui crescendo, sempre ouvi meu pai falar praticamente um mantra: estude para garantir um futuro melhor. Na minha mente, o estudo possibilitaria a ascensão social quase que meteórica. Ao terminar o curso técnico, haveria dezenas de vagas de emprego disponíveis pagando muito bem, eu já teria carro, apartamento e tudo mais. Quem sabe já formaria até família, em seguida?

Seguindo esta linha de raciocínio e me adequando ao que meu pai quis que eu me tornasse, sempre me destaquei muito nos estudos e no trabalho, consegui aprovação em todos os vestibulares para os quais prestei concurso aos 18 anos. Ainda aos 18, consegui um estágio de nível técnico 6 meses antes de concluir o curso. Nove meses depois de começar a estagiar, pouco antes de completar 19 anos e do contrato de estágio ser encerrado, eu havia sido efetivado numa grande empresa. Estava trabalhando na manutenção da Gráfica do Jornal do Commercio. Tão novo, já passei a ganhar mais do dobro do que meu pai recebia, na época, trabalhando como segurança.

Até aí, parecia que tudo o que ele havia dito fazia total sentido. No ano seguinte, ainda aos 19 anos, passei num concurso público federal. Tenho formação de nível técnico em Eletrônica e superior em Engenharia Eletrônica. São resultados muito memoráveis, dos quais me orgulho muito de ter conquistado e pelos quais sou muito grato aos meus pais, que não mediram esforços para que isso fosse realidade um dia.

Até pouco tempo atrás, eu achava que isso era o sinônimo completo de sucesso e que ter uma Formação Universitária e me tornar Servidor Público me fariam plenamente feliz. Desta forma, eu teria status, benefícios, um salário acima da média para a minha função, feriadões garantidos, férias flexíveis, um bom auxílio refeição e tudo mais que um cargo público pode garantir.

No entanto, eu nunca cheguei a questionar, no decorrer do processo, se isso seria a minha realização e se nesta profissão eu teria, de fato, me encontrado. Só depois de adquirir um pouco mais de maturidade, de perder algumas oportunidades de intercâmbio, de conhecer bem as atribuições da profissão e de começar a notar que eu estava ficando cansado da rotina é que passei a indagar se eu gostaria de viver minha vida dessa forma, esperando o dia da aposentadoria, se é que esse dia chegaria, para eu poder "aproveitar a vida", com um benefício previdenciário que é praticamente todo corroído pela inflação, pelo plano de saúde e pelo imposto de renda.

De certa forma, hoje, eu compreendo bem a visão dos meus pais, pois os genitores ensinam ao filho o que julgam ser o melhor e querem que sua prole tenha as garantias que eles não tiveram e que não enfrentem os mesmos perrengues de suas vidas. Mas não seria no curso técnico, na graduação, no primeiro emprego ou no concurso púbico que eu encontraria minha plenitude.

Virada de Chave


Aos 20 anos, consegui conquistar meu primeiro carro. A partir desta conquista, comecei a notar melhor o que liberdade significa. Eu já conseguia me locomover com mais facilidade, poderia dirigir para onde desse vontade (ou não). A verdade é que eu estava sujeito aos poucos momentos de ociosidade, tendo em vista que estava trabalhando e estudando simultaneamente.

Nas minhas primeiras férias do trabalho, em Dezembro de 2014, faltei alguns dias de aula e reservei minha primeira acomodação em uma viagem: um flat em um resort muito bom em Porto de Galinhas. Fui com minha mãe e meus irmãos. Paguei um preço ótimo, fruto de bastante pesquisa. A viagem foi ótima. Mesmo morando tão perto deste destino cobiçado por turistas do mundo todo, só aos 20 anos de idade foi que eu pude visitá-lo pela primeira vez. Foi muito marcante e gratificante. Pela primeira vez, eu estava conseguindo viajar com minha família. Isso foi tão bom! A sensação é indescritível.

Em 2015, tinha planejado minha primeira viagem de avião, que foi frustrada por um professor da faculdade. As disciplinas iniciais dos cursos de Engenharias são muito difíceis e têm alta taxa de reprovação. O professor marcou uma prova, pouco tempo antes da viagem, justo para uma data em que eu estaria ausente. Eu havia conseguido comprar passagens aéreas para o Rio de Janeiro por um valor excelente, R$ 215,00 ida e volta, e estaria de férias do trabalho. Minha mãe, algumas tias e primas foram para a viagem, mas eu precisei cancelar as passagens e recebi um reembolso de apenas R$ 20,00. Foi muito frustrante. No entanto, no ano seguinte, eu comprei novamente as passagens para o Rio de Janeiro. Desta vez, eu iria sozinho, mas tinha muitos familiares que moravam na cidade maravilhosa, inclusive um irmão que já morava lá há algum tempo. A experiência de voar pela primeira vez foi simplesmente incrível! Lembro de cada detalhe.

Já em 2017, realizei um dos meus grandes sonhos: conhecer os Estados Unidos e a Disney. Consegui preços ótimos e fiz a loucura de comprar as passagens antes de tirar o visto americano. Não recomendo pra ninguém! Tive outra grande primeira experiência nesta viagem, que foi me hospedar em um hostel pela primeira vez. A partir daí, a minha mente se expandiu de tal forma que eu não considero mais uma opção passar a vida toda num único lugar, como vejo tanta gente fazendo por aí. Em toda oportunidade que eu tiver, já estarei fazendo as malas para embarcar rumo à próxima viagem.

Depois de desenvolver este tipo de mentalidade, pude conhecer diversos lugares. Já me considero um viajante experiente e consigo otimizar meus gastos durante as viagens para poder conhecer o máximo possível de locais, mesmo com um orçamento reduzido, mostrando a todos que é possível viajar e que tudo depende da sua pré-disposição para sair da sua zona de conforto e estabilidade para criar coragem e se jogar de vez no desconhecido.

Liberdade


Após sair da bolha pela primeira vez, sua mente irá abrir de tal forma que você encontrará a felicidade parcelada ao redor do mundo. A única forma de conseguir vivenciá-la novamente será indo em busca de cada um desses fragmentos que ficaram espalhados por aí. A partir deste sentimento, despertei a vontade de conhecer outros lugares, culturas, pessoas e consegui traçar minha real meta de vida: liberdade!

A liberdade, em sua mais plena forma, consiste em não se contentar com o simples fato de ser necessário se adequar aos padrões estabelecidos por outras pessoas. As pessoas são diversas e têm os mais diferentes desejos. O que é bom para mim pode não ser para você. Vivemos uma jornada tão breve nesta terra que é triste estar fadado às vontades dos outros. Por isso, eu tive a ideia de compartilhar com as pessoas o meu ponto de vista e estilo de vida, depois de passar anos da minha vida deixando de lado os meus verdadeiros anseios para satisfazer as vontades de pais, familiares, amigos, professores, empregadores, etc. Mas a vida é muito mais do que isso!

Definindo a liberdade como meta, comecei a traçar os meios que me levariam até ela - e continuo traçando-os até hoje. Só com a liberdade eu poderei realmente fazer o que der vontade, respeitando sempre os limites dos diretos coletivos e individuais dos demais, obviamente. Assim, poderei estar onde eu quiser, com quem, quando e por quanto tempo eu bem desejar.

Não é sobre acumular muitas riquezas, sem desconsiderar a importância do dinheiro, claro. Ele é de extrema importância para proporcionar o bem-estar para você e para as pessoas que você ama. No entanto, vale ressaltar que dinheiro e qualidade de vida não são diretamente proporcionais. Por isso, é importante adquirir inteligência financeira, para que você consiga gerar riqueza mesmo fazendo coisas que te realizam, sem ter que estar preso num escritório ou numa fábrica das 08: às 17:00, desperdiçando suas horas por grana e ficando totalmente entediado e estressado com os colegas e com o chefe, ansiando pelo fim de semana, que será apenas mais um breve momento de fuga da realidade. Vivendo assim, esteja certo de que a Segunda-Feira irá bater na sua porta toda semana, da pior forma possível: com um despertador chato tocando e te forçando a acordar na hora que você não gostaria.

Repense a forma como você está levando sua vida. Ela é breve demais para desperdiçá-la fazendo apenas a vontade dos outros. Mesmo que sua válvula de escape não seja começar a rodar o mundo viajando, faça uma auto reflexão, olhe para dentro de si próprio e pergunte: o que me incomoda, considerando a vida que levo hoje? Em seguida, faça outra pergunta: o que eu posso mudar para amenizar ou eliminar de vez tais incômodos? Só chegando a essas respostas é que você encontrará o seu real objetivo de vida. Não cabe a ninguém decidir por você. Comece a se importar menos com as opiniões dos outros e se priorize. Não considere esta forma de priorização um egoísmo ruim que deve ser combatido. Muito pelo contrário! Este tipo de egoísmo é altamente positivo e vai te fazer atingir patamares com os quais você nunca sonhou. É você por você. Quando você é pleno e se ama, você consegue transbordar também esse amor para os demais a sua volta!


Autor: Jonatas Domingos de França